quarta-feira, 25 de maio de 2011

Olho tatico de Caio Jr,Cidinho pode ser titular contra o Santos



A relação entre jornalistas e profissionais de futebol costuma ser tensa, ou no mínimo “oscilante”, em todo o planeta. Muito por causa de alguns colegas “papa-crises” que agem como aquele menino fuxiqueiro na escola que se delicia colocando companheiros de classe para brigar usando o tradicional “Se fosse eu não deixava…”.
Mas há também jogadores e técnicos que não convivem bem com as críticas e ou se escondem ou se defendem atacando, usando termos como “turma do ar-condicionado”, “teóricos”, “pessoal que nunca chutou uma bola”…Os mesmos que adoram ser convidados para programas televisivos ou radiofônicos quando vivem boa fase ou estão desempregados, “fora da mídia”.
Felizmente temos exceções dos dois lados. Entre os “boleiros”, Caio Júnior é uma delas. O treinador do Botafogo surpreendeu este que escreve fazendo contato via assessoria de imprensa do clube para conversar sobre o blog e o post sobre a estreia da equipe no Brasileirão 2011 (veja AQUI).
Além de revelar que é leitor deste espaço e elogiar a iniciativa de se escrever sobre tática no Brasil, aproveitou para cordialmente esclarecer algumas questões sobre a sua equipe reproduzidas abaixo, pois certamente são de interesse do torcedor botafoguense e de quem aprecia as análises do Olho Tático:
- A ideia para o jogo contra o Palmeiras, em função dos destaques, era defender no 4-4-1-1 descrito no post, mas atacar no 4-2-3-1, com Cortês agudo pela esquerda, Maicosuel articulando pelo centro auxiliado por Galhardo, que viria da direita para o centro abrindo o corredor para o apoio de Lucas;
- No entanto, a equipe alvinegra não conseguiu sair da defesa e Lucas, preocupado com a velocidade de Luan, apoiou pouco. O lateral saiu no intervalo porque tinha levado o cartão amarelo. Caio reconheceu que o jogador tem dificuldades na marcação, é mais ala que lateral;
- O técnico fez apenas uma ressalva ao post: no segundo tempo, o Bota desfez o 4-4-1-1 e atuou num 4-3-3, com Cidinho na articulação à frente de Arévalo e Bruno Tiago, Caio à direita, Alex no centro do ataque e Maicosuel pela esquerda. Ele esperava o reconhecimento – não só do blog, mas de outros veículos – à postura mais ofensiva e à utilização de três pratas da casa no quarteto ofensivo. Fica aqui o contraponto, mas com a ressalva deste que escreve que, na prática, não houve progressos significativos. O time continuou produzindo muito pouco;
A proposta de Caio Júnior para o segundo tempo no Teixeirão: 4-3-3 com Cidinho na articulação atrás de Caio, Alex e Maicosuel. Mesmo com a formação mais ofensiva, o Bota pouco produziu.
- O treinador elogiou a versatilidade do jovem Lucas Zen, que atuou nas duas laterais em São José do Rio Preto e já jogou com zagueiro. Mas pretende escalá-lo muito em breve como volante, sua posição de origem;
- Para Caio, Cortês é lateral-esquerdo e só atuou como meia por conta da ausência de Everton, suspenso pela expulsão no jogo contra o Avaí pela Copa do Brasil;
- Aviso aos que viram a equipe no domingo com três zagueiros: Caio Júnior não aprecia nem pretende utilizar o sistema no Botafogo. Em 2008, manteve no Flamengo o desenho tático do antecessor Joel Santana por causa de Fabio Luciano, que rendia mais jogando na sobra, e do ímpeto ofensivo dos alas Léo Moura e Juan;
- Com todos disponíveis, a ideia tática é o 4-2-3-1. Provavelmente (interpretação do blogueiro) com Herrera adaptado à função de meia-atacante aberto pela direita, Maicosuel centralizado e Everton à esquerda. Loco Abreu mais à frente. Questionado sobre a dificuldade dos volantes para fazer a saída de bola com bom passe, Caio não negou que é uma questão a ser trabalhada;
A ideia do treinador alvinegro com as peças de hoje disponíveis: 4-2-3-1 com Abreu na referência do ataque, Herrera à direita, Maicosuel centralizado e Everton pela esquerda.
- Não se falou sobre reforços, até por uma questão de bom senso. Não era o foco da conversa.
Fica aqui o reconhecimento ao raro espírito democrático de Caio Júnior, que demonstrou compreender o trabalho do jornalista, sem confundir críticas ou discordâncias normais com ataques pessoais ou “encomendados”.
Vale ressaltar que o técnico não pediu que seu ponto de vista fosse publicado como uma espécie de “direito de resposta”. Não houve sequer uma entrevista, apenas um papo informal que virou tema do post com a concordância de Caio.
O blog deixa também o convite a outros treinadores e jogadores que quiserem debater, discordar, esclarecer alguma questão ou apenas levar um bom papo sobre o nosso amado esporte bretão. Viva a democracia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário