POR CONTA DE AÇÕES DA DUPLA
RIEDEL ALVES/LUÍS FERNANDO (2008).
B.F.R. DETÉM 90% DO DIREITO ECONÔMICO
Numa época em que o futebol brasileiro vem conhecendo novos talentos aos montes, o Botafogo está prestes a colocar mais um na galeria. Alcides de Souza Faria Junior, conhecido como Cidinho. Uma revelação do tempo em que o clube mantinha o futebol de salão. Com atuações de alto nível passou para o gramado. Seguiu fazendo boas exibições. Do infantil foi galgando espaço no juvenil e juniores. Agora, com a chegada de Caio Júnior, fixou lugar no elenco profissional. Certamente com a volta de Maicosuel e a chegada de reforços não será titular. Porém, é tratado em General Severiano como uma joia. Daquelas que bem lapidada poderá render milhões ao clube numa futura transferência.
O VA pesquisou para saber a real história de Cidinho, 18 anos, titular nos últimos encontros do time na Taça Rio (returno do Campeonato Carioca), Copa do Brasil e no amistoso contra o Friburguense. A descoberta aconteceu quando ele tinha 8 anos e jogava pelo Osvaldo Cruz. À época, o Botafogo tinha uma equipe de futebol de salão. Com direção de Luís Fernando Rodrigues e gerência de Riedel Alves. Com olheiros fazendo indicações. Cidinho partiu de um deles: Mazinho. Outros meninos, atualmente no CT João Saldanha, também passaram pelo futebol de salão. Como Luís Guilherme e Gerson.
(Cidinho: segundo agachado da esquerda para a direita)
O primeiro, hoje, é quarto goleiro do elenco de Caio Júnior. O segundo está PSV Eindhoven (Holanda). Também revelados no salão do Botafogo foram Felipe Bastos (Vasco da Gama), os gêmeos Fábio e Rafael (Manchester United, da Inglaterra), Michel (Almeria, da Espanha) e Everton Silva. O projeto do salão começou na gestão Mauro Ney Palmeiro. No entanto, não vingou na administração seguinte. De Paulo Roberto de Freitas. O time foi extinto. Cidinho tomou rumo das Laranjeiras.
O técnico Marquinho (dirigia o mirim) conhecia Riedel. Aceitou a indicação de imediato. Assim, ele voltou ao Botafogo. Em 2006, após trocas no comando das divisões de base, Luís Fernando acabou aceitando o convite do presidente para dirigir os trabalhos no CT de Marechal Hermes. Com ele foi o fiel escudeiro Riedel Alves. Foi quando retomaram o contato com Cidinho e outros que não deixaram o clube apesar do abandono do CT da Rua Xavier Curado. Exemplo: Luís Guilherme e Felipe Bastos.
Aos poucos a base do Botafogo começou a tomar novo rumo. A evoluir. E os resultados apareceram gradativamente. Um marco da época: a conquista da Copa Gazetinha, em Vitória, no Espírito Santo, sobre o Atlético Mineiro, por 1 a 0. Cidinho participou da campanha. Marcou 4 gols. E teve a melhor atuação na semifinal quando marcou dois na vitória (3 x 0) sobre o Rio Branco. A conquista foi invicta. Com a equipe sob o comando de Marquinho marcando 22 gols e sofrendo tão somente um.
Logo voltou a ter jogadores convocados para as seleções brasileiras de base. E foram surgindo outros nomes como Renan (goleiro) Lucas Zen e Gabriel (todos no elenco profissional). No primeiro semestre de 2008 o Botafogo quase perde duas revelações: Cidinho e Dedé. Ambos aliciados pelo Internacional, de Porto Alegre, por conta de Lucas Mineiro (ligado ao empresário Richard Alda). "Eles ligam para os garotos, conversam pelo orkut e msn. Chegam a dar roupas e chuteiras" disse Riedel à época.
O gerente não perdeu tempo. Tomou a iniciativa e foi buscar ambos de volta. Numa reportagem para a Rádio Gaúcha denunciou o esquema de Mineiro e Alda. Cidinho e Dedé retornaram. As atuações de Cidinho na base, sempre envergando a camisa 7, chamaram a atenção. Riedel procurou os dirigentes alvinegros e solicitou um planejamento especial para o garoto. Não deram ouvidos. Filho de família de poucos recursos, Cidinho passou a querer deixar o Botafogo. Luís Fernando Rodrigues garantiu apoio financeiro. Acompanhamento psicológico. Ele e mais Riedel passaram a tomar conta do garoto.
(Com o troféu de artilheiro e gorro de Papai Noel)
A gestão Paulo Roberto de Freitas acabou e começou a atual. Luís Fernando e Riedel foram demitidos e perderam o contato com Cidinho. Foi na atual gestão que Cidinho assinou contrato com o Botafogo. De cinco anos. Ficou com 90% do direito econômico. Os 10 restantes repassou à família. Moleza para a Traffic (grupo de investimento com tentáculos em diversos clubes e variadas atividades), que entrou em contato com os familiares e obteve o direito de administrar a carreira do garoto. Dizem que dado um apartamento para a família e outras vantagens.
"Se a diretoria tivesse nos escutado, Cidinho estaria num patamar muito maior dentro do clube. Com o próprio Botafogo ficando com os cem por cento", sublinhou Riedel. Certa feita, em conversa com o ex-presidente Carlos Augusto Montenegro, Riedel comentou sobre o potencial de Cidinho. Não obteve resposta. A atual gestão da base, porém, não vacilou. Fez um trabalho especial com Cidinho, que ao chegar ao profissional foi aprovado pelo fisiologista Altamiro Bottino. "Ele não chegou mal. Bem pelo contrário. Foi bom o trabalho que fizeram com ele em Marechal", afirmou ao VA na semana passada.
Graças a Riedel Alves, o Botafogo obteve outras revelações. Exemplos: Guilherme, Raphael, William, Caio e Alex Lopes. O lateral junto ao Rio de Janeiro. O goleiro do Volta Redonda. O primeiro atacante do Friburguense e o segundo do Volta Redonda. O zagueiro do Miguel Couto. "Quando Bebeto proibiu parcerias, eu criei linhas de empréstimos que não obrigavam ninguém a assinar nada. Eu escondia os garotos que vinham de fora. Em certa época tive quinze. Morando e estudando. Ninguém sabia. Por maior que fosse o risco apostei nas minhas convicções. Na época que a gente assumiu, o Renan era só reserva no juvenil. Não jogava. Passarmos a investir nele", disse a respeito do goleiro.
CIDINHO/PRODUÇÃO
Total de jogos: 5
(2 - Carioca/Copa do Brasil/
1 - Amistoso)
Faltas sofridas: 3
(Copa do Brasil)
Tempo total em campo: 230 minutos
Cidinho tem ainda uma qualidade que Caio Júnior não descobriu. "Na base ele sempre bateu as faltas de perto ou da entrada da área. O time precisará se adaptar ao seu estilo de movimentação em alta velocidade. Caio Júnior tem os meus elogios porque demonstrou coragem de soltar os garotos", disse Riedel. Luís Fernando Rodrigues só tem elogios para Cidinho:
"É um ótimo menino. Muito habilidoso. Nós chegamos a sugerir que fosse morar em General Severiano para ter acompanhamento psicológico fazendo um trabalho muscular e alimentar. Mas aí a diretoria mudou. Estou vendo que ele está mais forte." E prosseguiu: "O Botafogo perdeu ele por duas vezes. Quando terminou o futsal para o Fluminense. E depois naquele caso do Internacional, que todos conhecem. Quando ele tinha quatorze anos fizemos o chamado contrato de estágio. Hoje, não sei como está. Eu considero o Cidinho uma joia. Se for bem trabalhado renderá milhões ao clube."
O contrato de Cidinho começou a vigorar em 3 de maio deste ano. O vínculo vale até dezembro de 2015. Segundo consta no Boletim Informativo de Registro de Atletas (BIRA), da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ), de número 17.204. Riedel falou sobre a família de Cidinho, que conhece bem por causa do relacionamento com o pai. Sr. Alcides: "Ele é um comerciante que perdeu tudo. Além de uma pessoa de idade. Tem uma filha instruída, que é a Soraya. Trabalhava na Aeronáutica. Passou num concurso e, hoje, está na Justiça. Chamamos ela uma vez e dissemos que cuidasse da carreira do Cidinho, porque ele daria jogador. Estou muito alegre com a ascensão dele."
No começo da tarde de segunda-feira, o técnico Caio Júnior esteve em Marechal Hermes. Conheceu os melhoramentos feitos no CT pela atual administração. Mas só observou a dureza dos tempos em que era pura aridez por fotos. Eram os tempos de Cidinho. A visita faz parte da estratégia da diretoria de dar visibilidade aos bons resultados conquistados nos primeiros dois anos. Como o título do turno do Campeonato Carioca pela categoria de juniores. A taça foi entregue em Nova Friburgo, na preliminar do amistoso contra o Friburguense, depois do clássico contra o Fluminense.
fonte:FÓRUM-CANALBOTAFOGO
fonte:FÓRUM-CANALBOTAFOGO
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